Baixo peso.
Olhos fechados.
Choro por reflexo.
Tremor.
Fragilidade soprando lágrimas.
Espanto, tristeza e esperança.
Vida e morte.
Um minuto a mais, uma eternidade.
Do agradecimento à injúria.
Orações.
Na sala ao lado, a sentença corre entre idas e vindas de passos que não pode acompanhar.
As lágrimas que escaparam ao falar sobre seu filho abençoado e prematuro de apenas 1 kilo bastaram. Estar lá seria detalhe, entendemos que estes momentos nunca se apagarão da vida daquela mãe jornalista Thais Herédia.
Aquela lágrima expôs a dor de quem viu o perigo.
Leoas defendem a cria. É assim.
Ficam em alerta, rondam o território, aguçam os sentidos, acompanham, cuidam. É instinto. Natural. Como se o ciclo se cumprisse, a força decisiva à absolvição. Sem este alerta, com o instinto adormecido, uma mera cria frágil à deriva de passos pela sala, de fios e tubos, de manta, da incubadora, dos olhos e falas estranhas. Mas esta estava acordada.
Leoas desejam ser leoas.
Protegê-las com meias-palavras é dor para sempre e da pior espécie, a da ausência. O ciclo se interrompeu. Cicatriz por estar à parte, uma leoa vista em porcelana, instinto predador aviltado, corrompido. O ciclo nunca se completará e o rugido fica assim, como está hoje, em alerta, olhando assombrações, supondo alertas. Muito pano pra pouco divã.
Fica a dica, leoas preferem ser leoas.
Thais Herédia, você é uma leoa e agiu como uma. Grande sorte a sua! Grande sorte a minha compartir do seu momento e entender o meu.
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