domingo, 13 de abril de 2014

A bossa nova, o que roubou?

Roubou o Sobral maior, que ainda assim exibiu-se intolerante à injustiça, clamou falas de ordem, invadiu o noticiário, cortou os versos do Vinícius, ah, Vinícius...
Ouvia dia e noite. Sabia cada música uma após outra, a sequência, as letras, as pautas, as entradas de Toquinho. 
O dia estaria sempre em ordem se tocado pela ordem da voz grave e arranhada desse namorador condenado.
A sua Bossa Nova nada a servir àquela ditadura escondida de mim, nas ruas, em casa, nada a dar pistas de que o mundo era outro. Vendia sentimento, vendia paiixão, amor, amor pelas mulheres, o deus da mulher.
Anos de calma, sem enxergar... 
Rio de Janeiro, da garota de Ipanema, na esperança de saber o que é o amor.
Rio de Janeiro, da rural sem placa, de estudantes sumidos.
Ah, me penitencio por amar a Bossa Nova. Vinícius, amado Vinícius, como amei e vivi seus versos...nem seriam pecado pois lindos como são, o mundo sempre seria perfeito nos versos do meu poeta. Ah, falava em sua voz rouca sobre ser tola e apaixonada em cada dor dos sonhos por príncipes e princesas felizes.
Briguei contigo, Vinícius.
Nem por algo mal feito, sim por meu mal feito. 
Sobral inteiro, exigente consigo, penitente, te vejo hoje, na tela de um 2014 sem censura.
Cavaleiro de Prestes. Bandeiras estendidas pelos direitos do cidadão. 
Sobral independente de facção se não a da justiça.
Recupero Sobral, reencontro-me com Vinícius. Partes iguais de ser gente.
Partes que somos.
Luta por amor e por justiça.

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