Ô dia!
Vou começar com "senta que lá vem história".
Corre para todos os lados com sacolas que sobram para apenas duas mãos de uma lista grande demais para dar conta.
Estamos num sábado e pulei da cama tonta de sono, mas pontualmente às 6, quando às 7 bastaria
"Gosta de correria, imagina!" "Normal para ela! Picas!" Enquadrando o planeta fica tranquilo de entender, só que não.
Não. Não está.
O sonho é estar estatelada no mesmo sofá fonte de filmes e seriados, e nele estar entretida entre o desenho, um bom livro, memórias para deixar. E o dia segue, pede que se socorra o corpo, pede socorro para as almas... e assim nunca o ócio desprovido de finalidade parecera justo.
Três décadas descansando somente no fôlego do sono.
Receita de viver na década de 80: casar aos 22 anos, romantismo nas alturas e pés plantados na independência feminina. Imagem vendida, imagem comprada. Em instantes se torna a solução financeira se acomoda nesta imagem, perde-se a noção, vira-se a que manda nas tarefas do que precisa a casa, os filhos e a família. Envelhece-se de responsabilidades e o corpo sisudo metendo medo aos outros para afastar e se impor no padrão masculino dos negócios.
Torna-se exemplo de quê? de sacrifício.
Assim a vêm e por dentro morre-se sem notar.
As tardes poderiam ter sido diferentes sem o clichê da independência.
O corpo poderia ser são, manter-se dócil sem revolta, sem se arriscar, sem exigir, sem escorregar.
Ditadura boa seria a de proibir a falácia da publicidade das necessidades inventadas. Geraria mães sãs, sem carga por suprir o todo, e pais talvez mais conscientes de que o clichê as sufoca.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
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