Bem cedo no país dos desbravadores do mar. No país onde navegar é parte de um plano sem fim. Escolas formam capitães. Museus falam de expedições ao Polo Sul, de vickings, de viagens experimentais para provar teorias possíveis sobre o homem no mar.
Bem cedo e a laranja tem gosto verdadeiro de fruta sadia, no privilégio do hotel de duzentas mil estrelas em tradição, onde o som, a cada trinta minutos, se desdobra em sinos de três igrejas ao redor, trazendo a tradição aos nossos ouvidos.
Quase um milênio de história no mar distribuída com orgulho pelas ilhas, nas escolas e vilas de descanso nas costas dos fiordes. Flâmulas, medalhas, fotos, réplicas de naus de épocas distantes e mais recentes, memorabílias discorrendo a história em museus incansáveis e orgulhosos.
Ali distante da costa latina, fora dos museus, da janela daquele bar, na fartura do café de uma manhã rompia a cena dois trabalhadores peles muito claras quase vermelhas e olhos muito azuis, um senhor de seus setenta anos e um garoto de poucos dezenove em vestes decentemente limpas, devidamente sinalizados a serviço em Van certamente nova e publicitária e perfeitamente adesivada como se fizesse parte de um evento promocional da fórmula 1.
Organizaram-se como equipe para o conserto de dois semáforos, aparentemente novos mas inoperantes.
A decisão aparente parecia trocá-los por dois outros e levá-los para conserto.
Tudo certo, numa cena de cinema, não na referência de onde vínhamos, lá teriam peles morenas ou negras, trajes rotos e sujos, de viatura imagináramos um caminhão com a pintura fosca e muito suja, com escada pendurada por fora e uma cabina de metal sem pintura com apenas uma pequena janela onde pudessem esconder os muitos cabos, ferramentas e parafernalhas de trabalho.
Ali estava a pintura dos nórdicos. Origem e relação do trabalho e a raça.
Aqui, calando no meu coração a dor de muitos negros que amargam anos de descaso e alijamento encobertos pelo temporário disfarce de cotas, escondendo o que precisa ser feito: com determinação.
Amarga cena descarada de nosso passado e presente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
-
Cultura da submissão. Ter voz alterada, porque ser caçula exige atitude e a vida rica entre meninas de um colégio de freiras reforça dotes c...
-
Nunca vou soltar pum na sua frente! Ouviu? N u n c a !!!! Por que se confunde intimidade com abuso? Por que viver junto tem qu...
-
Espuma do desejo frescor em olhos cobalto beijou-te fardo em minha pele quente me calo Curioso prazer clichê da sedução cheiro do fa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário